Yôga é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi (autoconhecimento). Portanto, pode utilizar técnicas orgânicas, corporais, bioenergéticas, emocionais, mentais ou quaisquer outras. O que esta definição deixa claro é que precisa ser estritamente prática. E o diferencial em relação a outras metodologias estritamente práticas é a meta a ser alcançada.
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ToggleNeste artigo, iremos abordar os principais benefícios, os diferentes tipos, posições para iniciantes e como começar a praticar.
O que é Yôga?
- Será uma ginástica?
- Uma terapia alternativa?
- Uma religião exótica?
- Não, nada disso.
Certa vez, um notável bailarino improvisou alguns movimentos instintivos, porém, extremamente sofisticados, graças ao seu virtuosismo e, por isso mesmo, lindíssimos. Essa linguagem corporal não era propriamente um ballet, mas, inegavelmente, havia sido inspirada na dança.
A arrebatadora beleza da técnica emocionava a quantos assistiam à sua expressividade e as pessoas pediam que o bailarino lhes ensinasse sua arte. Ele assim o fez. No início, o método não tinha nome. Era algo espontâneo, que vinha de dentro, e só encontrava eco no coração daqueles que também haviam nascido com o galardão de uma sensibilidade mais apurada.
Os anos foram-se passando e o grande bailarino conseguiu transmitir boa parte do seu conhecimento. Até que um dia, muito tempo depois, o Mestre passou para os planos invisíveis. Sua arte, no entanto, não morreu. Os discípulos mais leais preservaram-na intacta e assumiram a missão de retransmiti-la. Os pupilos dessa nova geração compreenderam a importância de tornarem-se também instrutores e de não modificar, não alterar nada do ensinamento genial do primeiro Mentor.
Em algum momento na História, essa arte ganhou o nome de integridade, integração, união: em sânscrito, Yôga! Seu fundador ingressou na mitologia com o nome de Shiva com o título de Natarája, Rei dos Bailarinos.
Fonte: Tratado de Yôga, Professor DeRose
Definição técnica da Yôga
Yôga é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi (hiperconsciência-autoconhecimento). Portanto, pode utilizar técnicas orgânicas, corporais, bioenergéticas, emocionais, mentais ou quaisquer outras. O que esta definição deixa claro é que precisa ser estritamente prática. E o diferencial em relação a outras metodologias estritamente práticas é a meta a ser alcançada (o samádhi).
Origem do Yôga e sua evolução ao longo do tempo
O Yôga tem 5000 anos de existência. Nesses cinco milênios, foi desvirtuado sucessivas vezes. Façamos uma comparação. Estamos no século XXI da Era Cristã. Muito bem. Existe uma luta chamada Capoeira, que é legitimamente brasileira. Tem suas raízes em tradições africanas, porém, nasceu no nosso país. Imagine que, hipoteticamente, dentro de alguns anos, a Amazônia fosse invadida com o pretexto de ocupá-la para salvar tal patrimônio da humanidade das mãos desses latino-americanos irresponsáveis que a estão destruindo.
Eles invadem o Brasil que, tal como os drávidas que viviam na Índia há 5000 anos, não tem tradição guerreira. Já os invasores, esses sim, têm uma história de guerras e conquistas.
Como ocorreu com o Império Romano, que ia incorporando outras culturas (ao absorver do Lácio o latim, da Grécia a arquitetura, escultura, mitologia etc.), esse novo império absorve a Capoeira. Em pouco tempo, digamos, um século, classificam-na como dança (“afinal, eles não dançam?”). E a reestruturam, pois isso de bater atabaques e tocar um instrumento de cordas com uma corda só é muito primitivo. Eliminam os tambores e substituem o berimbau pela guitarra eletrobioplásmica, com acompanhamento de “sincretizador” (que substituirá o computador, aquela máquina primitiva que vivia “dando pau” e pegando vírus).
Passam-se mil anos. Lá pelo ano 3000 da era Cristã, ocorre outra invasão. O Brasil é ocupado por uma terceira etnia e novos Mestres de Capoeira introduzem uma codificação que a define como religião (“afinal, eles não se benzem antes de jogar?”). Uma dança religiosa, uma dança ritual. Surgem mosteiros, templos e igrejas do culto capoeirista. Essa vertente passa a ser conhecida como Capoeira Clássica.
Passado mais um milênio, e em torno do ano 4000, já não se fala a mesma língua, nem habita neste território o mesmo povo. Surpreendentemente, a Capoeira sobreviveu e tem mesmo um sólido sistema cultural que a preserva. Só que agora, após alguns concílios, decidiram que Capoeira é uma terapia (“todo o mundo sabe que os Capoeiristas têm o corpo ‘sarado’, logo, a capoeira sara as doenças. Passa a ser uma dança espiritual terapêutica.
Mais um milênio se passa. Estamos lá pelo ano 5000 d.C. Ninguém mais se lembra das suas origens. Criam mitologias. Surgem versões negando que a Capoeira tenha surgido numa nação mítica chamada Brasil, a qual teria existido há tanto tempo que caiu no esquecimento. Alguns eruditos defendem que a Capoeira teria sido criada pelos negros escravos, mas a etnia então dominante nega-o peremptoriamente, e ameaça de punição quem se atrever a insistir nessa invencionice subversiva. A Capoeira é institucionalizada como uma prática para a terceira idade. Torna-se uma dança espiritual terapêutica para idosos.
Outros mil anos são transcorridos. Estamos agora no ano 6000 da Era Cristã. Todas as evidências de uma civilização latino-americana desapareceram, apagadas intencionalmente pelos cientistas e religiosos desse novo período histórico. A opinião pública de então decide que Capoeira é para mulheres, que é ótima para TPM, gestação, rugas, celulite, varizes e que rejuvenesce. A Capoeira passa a ser classificada como uma dança espiritual, terapêutica, para idosos e para mulheres.
Quem afirmar que a Capoeira legítima é uma luta, destinada a pessoas jovens e saudáveis, passa a ser acusado de discriminar os enfermos, os idosos e as mulheres; é acusado de ser polêmico; torna-se perseguido e severamente castigado com a difamação, a execração e com ameaças de morte.
Bem, no caso da Capoeira, nós só imaginamos 4000 anos de deturpações, do ano 2000 ao ano 6000 d.C. No caso do Yôga, precisamos computar mais um milênio de distorções, já que essa filosofia conta com cinco mil anos de existência. Oh! Céus! Eu disse filosofia? Foi sem querer. Juro. Eu quis dizer uma terapia mística, ou uma ginástica esdrúxula, ou o que você preferir.
Fonte: Tratado de Yôga, Professor DeRose
Qual o objetivo do Yôga?
Quando se fala sobre o tema, surge logo a pergunta: “para que serve o Yôga, quais são os benefícios que proporciona?” Pense bem: por que essa filosofia precisa proporcionar algum benefício?
Na segunda parte do século XX, não houve um entrevistador de televisão, rádio, jornal ou revista que tenha deixado de fazer essa indefectível pergunta, ao iniciar seu diálogo com um instrutor de Yôga. Raras são as pessoas que, ao serem instadas por um amigo a praticar, não perguntem a mesma coisa, como se estivessem a declarar: “Está bem, posso até praticar essa coisa, mas o que eu ganho com isso?”
Se a pessoa fosse convidada a praticar equitação, violino, boliche ou dança, perguntaria para que serve cada uma dessas modalidades, ou que benefícios receberia em troca, se concedesse a graça da sua presença?
Não é convincente a justificativa de que é preciso fazer tal pergunta por ninguém conhecer bem o Yôga. Isso pode servir para os segmentos semi-analfabetos da população, mas não para as classes medianamente instruídas. Esta filosofia está expressivamente difundida há mais de um século no Ocidente. É difícil encontrar um clube que não tenha aulas de Yôga. Rara é a revista ou jornal que não tenha publicado pelo menos uma dezena de reportagens sobre o tema. Portanto, trata-se de uma postura viciosa, saída não se sabe de onde, essa que induz as pessoas a fazer automaticamente aquela pergunta nada lisonjeira.
Por qual motivo o Yôga precisa proporcionar algum benefício? Golfe, tênis, aeróbica, rugby, skate, surf, ginástica olímpica e muitas outras atividades físicas proverbiaismente prejudiciais à coluna, articulações, ligamentos, mas, apesar disso, legiões dedicam-se a elas, mesmo sabendo que trazem mais malefícios do do que benefícios. Alguém perguntaria: “Para que serve a ginástica olímpica?” Que benefícios me proporcionaria? Sim, porque preciso saber antes de decidir praticá-la. Como é que eu entraria sem saber para que serve?”. Para que serve aprender pintura, escultura, teclado ou canto? Alguém em sã consciência cometeria tal questionamento?
Fonte: Tratado de Yôga, Professor DeRose
Quais são os 4 tipos de yoga?
Segundo o professor DeRose, não existem apenas quatro tipos de Yôga, os estilos mais antigos são oito, no entanto, com suas divisões e subdivisões, chegam a 108 tipos.
O que são os diversos tipos de Yôga?
Aquelas criativas receitas foram elaboradas empiricamente ao longo de cinco mil anos para adaptar-se a diferentes tipos de praticantes. As combinações dos ingredientes (as técnicas) entre si alcançam uma variedade incalculável e, pode-se dizer, há pelo menos uma modalidade de Yôga perfeita para cada pessoa. Ou seja, um método ideal para conduzi-la à meta, que é o autoconhecimento mediante o samádhi, estado de consciência expandida. Adicionalmente, durante a jornada, algumas modalidades proporcionam uma série de efeitos colaterais positivos para a saúde, que o leigo confunde com a finalidade do Yôga em si. Confunde os meios com os fins.
Modalidades da Yôga
Ásana Yôga, o Yôga corporal, o termo ásana significa posição.
Originalmente, referia-se, em especial, às posições sentadas para meditação. Hoje, podemos definir como técnicas isométricas de flexibilidade e força. Alguns o traduzem como postura ou pose. Ásana Yôga é um ramo que só contém ásanas e nada mais. Às vezes, é confundido com o Hatha Yôga, pois, no Ocidente, atualmente, quando se diz que vai praticar Yôga, as pessoas estão se referindo quase sempre aos ásanas. Consta que deve ter sido um dos primeiros ramos a surgir, quando o ser humano primitivo espreguiçou-se e teria criado, com isso, o primeiro ásana.
Rája Yôga, o Yôga mental, Rája significa real (dos reis).
Consiste em quatro partes ou angas: pratyáhára (abstração dos sentidos), dháraná (concentração mental), dhyána (meditação) e samádhi (hiperconsciência). Era denominado também Chaturanga Yôga. Posteriormente, em torno do terceiro século antes de Cristo, a estas quatro técnicas foi acrescentada uma introdução constituída por outras quatro (yama, niyama, ásana, pránáyáma), com o que codificou-se o Ashtánga Yôga, ou Yôga Clássico. Veja, mais adiante, a explanação sobre o Yôga Clássico. Do Rája Yôga mais antigo nasceram o Pátañjala Rája Yôga e o Suddha Rája Yôga. Do Patañjala Rája Yôga, nasceu o Kriyá Yôga.
Bhakti Yôga, o Yôga devocional Bhakti significa devoção
O Yôga devocional não é forçosamente espiritualista. Em suas origens pré-clássicas, sua fundamentação era naturalista e na região em que floresceu não foram encontradas evidências da existência de religiões institucionalizadas. O Bhakti Yôga Pré-Clássico consiste em cultuar as forças da Natureza, o Sol, a Lua, as Árvores, os Rios etc. Já o Bhakti Yôga posterior consiste em cultuar as divindades e os líderes espirituais.
Karma Yôga, o Yôga da ação, Karma significa ação:
É um Yôga que induz à ação. Sua vertente medieval passou a ter enfatizadas conotações da filosofia Vêdánta, o que lhe conferiu um ar de “ação” desinteressada”, quando na verdade a proposta é impelir à ação, ao trabalho, à realização. Por certo, tal dinâmica, em princípio, é desinteressada: não visa a benefícios pessoais, recompensas ou reconhecimento.
Jñáná Yôga, o Yôga do autoconhecimento, Jñáná significa conhecimento
O método dessa modalidade consiste em meditar na resposta que a sua mente elaborar para a pergunta “quem sou eu?”, até que não haja mais nenhum elemento que possa ser separado do Self e analisado. Nesse ponto, o praticante terá encontrado a mônada, ou o ser. DoJñánáYôga nasceram o DhyánaYôga e o Mahá Yôga.
Laya Yôga, o Yôga das paranormalidades, Laya significa dissolução
A intenção neste tipo de Yôga é dissolver a personalidade, ou seja, eliminar a barreira que existe entre o ego e o Self. Como o Self é o próprio Absoluto que habita em cada ser vivente, ao se dissolver a barreira da personalidade (persōna,æ=máscara), todo o seu poder e sabedoria fluem diretamente para a consciência do praticante. DoLayaYôga nasceu o Kundaliní Yôga.
Mantra Yôga, o Yôga do domínio do som e do ultrassom. Mantra significava vocalização
Trata-se de um ramo de Yôga que pretende alcançar a meta através da ressonância transmitida aos centros de energia do próprio corpo, conduzindo-os a um pleno despertar. Também busca a parada do pensamento (man =pensar) pela saturação das ondas mentais mediante a repetição do mesmo estímulo sonoro. Como consequência, a consciência aumenta e o praticante atinge o samádhi. Do Mantra Yôga nasceram o Japa Yôga e o Náda Yôga. Estudei essas matérias com Srí Nábrahmánanda, no Sivánanda Ashram.
Tantra Yôga, o Yôga matriarcal e da sensorialidade
Tantra significa a maneira correta de fazer qualquer coisa, autoridade, prosperidade, riqueza; encordoamento (de um instrumento musical) etc. É a via do aprimoramento e evolução interior através da proposta matriarcal, sensorial e desrepressora. Ensina como relacionar-se consigo mesmo, com os outros seres humanos, animais, plantas, meio ambiente, tudo enfim. Pretende atingir a meta mediante o reforço e canalização da libido. Do Tantra Yôga nasceram o Hatha Yôga, o Úrdhwaratus Yôga e o Amritá Yôga.
SwáSthya Yôga, o Yôga Antigo, de raízes pré-clássicas
SwáSthya (também pode ser grafado “svāsthya”), em sânscrito, significa autossuficiência, saúde, bem-estar, conforto, contentamento, satisfação. SwáSthya Yôga é o nome da sistematização do Yôga Antigo, o próprio tronco do Yôga Pré-Clássico. Por isso, é tão completo, pois possui o gérmen do que, séculos mais tarde, daria origem aos oito ramos mais antigos (Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñáná Yôga, Laya Yôga, Mantra Yôga e Tantra Yôga). Sua prática consiste em oito feixes de técnicas, a saber: mudrá (linguagem gestual), pújá (sintonização com os arquétipos), mantra (vocalização de sons e ultrassons), pránáyáma (respiratórios), kriyá (purificação das mucosas), ásana (técnica corporal), yôganidrá (técnica de descontração) e samyama (concentração, meditação e outros estados de consciência mais profundos). Vale lembrar que o SwáSthya não foi criado por ninguém. Trata-se de uma sistematização. É a codificação do Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga, um proto-Yôga com mais de cinco mil anos. Sua sistematização levou 50 anos: começou em 1960 e foi concluída em 2010, após 25 anos de viagens de estudos à Índia.
Shuddha Rája Yôga, uma variedade de RájaYôga
Suddha significa puro. Consiste, principalmente, em mantras e meditação. Fui iniciado no Shuddha Rája Yôga, em 1965, por Shrí Janárdana. Gostei do seu método de meditação. Ele utilizava a concentração sobre a chama acesa em um tablete de cânfora e o mantra ÔM namo Narayanaya, repetido 108 vezes.
Kundaliní Yôga, o Yôga do poder interior
O que ficou conhecido como Kundaliní Yôga, no século vinte, é um sincretismo de LayaYôga com técnicas de Hatha Yôga e outras. Swami Nigamananda, na década de 19308, ensinou uma forma de Laya Yôga. Desta, a partir de 1935, o médico e monge Sivánanda tornou popular o Kundaliní Yôga, com a publicação de um livro com esse nome. É um tipo de Yôga que visa ao despertamento da energia que está situada no períneo e tem relação direta com a libido. Seu despertamento e ascensão pela medula espinhal até o cérebro produzem uma constelação de paranormalidades, culminando num estado expandido da consciência denominado samádhi, que é a meta do Yôga. Na verdade, não apenas esta modalidade, mas todos os tipos autênticos de Yôga trabalham o despertamento da kundaliní, conforme nos diz Sivánanda em seu livro Kundaliní Yôga, Editorial Kier, página 70. Durante mais de vinte anos, tive o privilégio de estudar no Sivánanda Ashram, Rishikesh, Himálayas.
Siddha Yôga, o Yôga de mantra, pújá, sêvá e meditação
Esta modalidade foi criada por Swami Muktánanda, em 1956, com quem estudei Ganeshpuriem , em 1980. Siddha significa perfeito, ou aquele que possui os siddhis (poderes paranormais). Pelo nome em sânscrito, pode dar a entender que tem parentesco com o Kundaliní Yôga, mas, na verdade, manifesta pouca similaridade com ele. Pratica-se muito mantra, pújá, sêvá e meditação.
Kriyá Yôga, autossuperação, autoestudo e autoentrega
Ramo de Yôga é vivido por Lahiri Mahasaya e fundado nos Estados Unidos em 1920 por Yôgánanda. Kriyá significa atividade. Fui iniciado no Kriyá em 1963 pelo Mestre Cuarón, discípulo de Yôgánanda. Trata-se de um Yôga que foi muito difundido nos Estados Unidos, na década de 1950, onde mantém bonitas instalações. Consiste em três niyamas (normas éticas): tapas (autossuperação), swádhyáya (autoestudo) e íshwara pranidhána (autoentrega). É citado no Yôga Sútra, livro do século III a.C. O melhor livro é o Tantra Yôga, Náda Yôga e Kriyá Yôga, de Sivánanda, Editorial Kier, Buenos Aires. Também pode ser adquirida na versão em inglês, diretamente no Sivánanda Ashram, Rishikesh, Índia. Essa é a única obra que ensina abertamente o Kriyá Yôga, sem fazer mistério.
Yôga Integral, o Yôga de integração nas atividades do dia a dia
Foi criado por Shrí Aurobindo em 1926. Por muitos anos retornei ao Shrí Aurobindo Ashram, em Shrí Aurobindo Marg, Old Delhi, para renovar meus laços com seus ensinamentos. É chamado Yôga Integral não por ser mais integral que os outros, como o nome pode sugerir por associação com os alimentos integrais. Denomina-se assim porque sua proposta é integrar-se à vida profissional, cultural e artística do praticante. Aurobindo (pronuncie Ôrobindo) escreveu manifestando o desejo de que “o Yôga cesse de parecer alguma coisa mística e anormal que não tenha relações com os processos comuns da energia terrena”.
Yôga Clássico, o Yôga de Patañjali
O Yôga Clássico é um excelente tipo de Yôga. É difícil encontrar um Yôga Clássico legítimo no Ocidente. Ele é constituído por oito partes ou angas que são: yama, niyama, ásana, pránáyáma, pratyáhára, dháraná, dhyána, samádhi. Tive o privilégio de estudar o Yôga Clássico com Shrí Yôgêndra em 1980, e depois com o Dr. Jayadêva Yôgêndra, no Yôga Institute de Bombay, na Índia. Recomenda-se a leitura do livro Yôga Sútra de Pátañjali. Veja mais adiante o capítulo sobre o Yôga Clássico.)
Hatha-Yôga, o Yôga físico
Hatha significa força, violência, e não o poético “Sol-Lua”, como declaram alguns livros Trata-se de uma vertente medieval, criada por Gôrakshanatha, no século XI da Era Cristã, portanto, é considerado um Yôga moderno, surgido mais de quatro mil anos depois da origem do Yôga primitivo, É constituído pelos quatro angas iniciais do Yôga Patañjali (yama, niyama, ásana, pránáyáma), contudo, nos estúdios e academias de Yôga, os dois primeiros angas não são ensinados, ficando na prática restrito apenas a ásana (técnicas corporais) e pránáyáma (respiratórios). Outras técnicas podem ser agregadas, tais como bandhas, mudrás e kriyás, mas não forçosamente. A meditação não faz parte e, normalmente, não deve ser incluída numa prática de Hatha. O melhor livro publicado em português sobre o tema foi Hatha Yóga, a ciência da saúde perfeita, de Caio Miranda, 1962. Estudei essa corrente com Dr.Gharote, em 1982, no Kaivalyadhama, em Lonavala, Índia. Gostei muito do Hatha Yôga que ensinavam nessa escola.
Iyengar Yôga, uma variedade de Hatha Yôga
B. K. S. Iyengar é o nome de um relevante professor de Hatha Yôga. Trata-se de uma modalidade muito boa, uma interpretação extremamente vigorosa do Hatha Yôga. O método é descrito no livro Light on Yoga. A tradução castelhana denomina-se Yôga cienpor cien. Foi cometida uma edição em português, tão resumida que não faz justiça ao mérito da obra. Tive oportunidade de conhecer o seu trabalho, no Ramamani Iyengar Memorial Yoga Institute, na cidade de Pune (Poona), Índia.
Power Yôga, outra variedade de Hatha Yôga
Trata-se de um tipo de Hatha Yôga, criado nos Estados Unidos por Bryan Kest, na década de 1980, o que fica patente pelo próprio caráter híbrido do nome inglês-sânscrito. Entre as décadas de 1960 e 1990, travei contato, no Ocidente e na Índia, com a maioria das modalidades aqui descritas e gostei do que vi. Quase todas eram ensinadas por instrutores bem-intencionados e praticadas por alunos sinceros. Isso é o mais importante. Cada um deve adotar a modalidade que melhor se ajustar às suas necessidades ou expectativas.
Fonte: Tratado de Yôga, Professor DeRose
Benefícios da prática
O yoga oferece vários benefícios para a saúde física e mental. Alguns dos principais benefícios incluem:
- Melhora da flexibilidade: As poses ajudam a melhorar a flexibilidade e a amplitude dos movimentos.
- Fortalecimento muscular: Muitas poses envolvem o uso de músculos para manter a postura correta, o que pode ajudar a fortalecer o corpo.
- Redução do estresse: Ajuda a acalmar a mente e reduzir os níveis de estresse.
- Melhora do sono: Sua prática regular pode ajudar a melhorar a qualidade do sono.
- Melhora da saúde do coração: A prática regular pode ajudar a melhorar a circulação sanguínea, o que pode ajudar a manter a saúde do coração.
Quais são as áreas nas quais o Yôga atua?
Existem centenas de poses de yoga, cada uma com seus próprios benefícios e desafios. Algumas das poses de yoga mais comuns incluem:
- Ásanas: os ásanas regulam o peso por estimulação da tireoide, proporcionam oxigenação cerebral pelas posições invertidas, consciência corporal, coordenação motora e alongamento e fortalecimento muscular que auxiliarão os esportes.
- Kriyás: os kriyás promovem a higiene interna das mucosas do estômago, dos intestinos, do seio maxilar, dos brônquios, das conjuntivas etc.
- Bandhas: os bandhas prestam um massageamento aos plexos nervosos, glândulas endócrinas e órgãos internos.
- Pránáyámas: os pránáyámas fornecem uma cota extra de energia vital, aumentam a capacidade pulmonar, controlam as emoções, permitem o contato do consciente com o inconsciente e ajudam a conseguir o domínio da musculatura lisa.
- Mantras: os mantras, em primeira instância, aplicam vibração de sons e ultrassons para desesclerosar meridianos energéticos; em segunda instância, permitem equilibrar os impulsos de introversão/extroversão e dinamizar os chakras; em terceira instância, ajudam a obter o aquietamento das ondas mentais, para conquistar uma boa concentração e meditação.
- Oyôganidrá: é o módulo de relaxamento que contribui para assimilar os efeitos de todos os anteriores e, juntamente com eles, implode estresse.
- Samyama: concentração, meditação e outros estados mais profundo. Proporciona a mega lucidez e o autoconhecimento.
Estes efeitos e muitos outros são simples consequências de práticas e procedimentos. Ocorrem como resultado natural de estarmos exercitando uma filosofia de vida saudável. Se aprendemos a respirar melhor, relaxar melhor, dormir melhor, comer, melhorar a excreção, fazer exercícios moderados e manifestar uma sexualidade sadia, os frutos só podem ser o incremento da vitalidade, a redução de enfermidades e o alargamento da expectativa de vida. Mas nós não trabalhamos com terapia, não falamos de doenças, não temos foco em benefícios. Por isso, o público do SwáSthya Yôga é essencialmente “jovem, saudável e de bem com a vida”.
Em quanto tempo o yoga define o corpo?
Depende da modalidade. Precisamos ter em mente que o Yôga não é atividade física nem desportiva. Um Yôga mental não define o corpo. Uma abordagem terapêutica não define o corpo. Uma proposta espiritual não define o corpo. O SwáSthya Yôga define o corpo e proporciona massa muscular muito rapidamente, mas não são efeitos físicos e sim orgânicos. Muito do que obtemos é por via endócrina e epigenética.
Quais são os principais exercícios do Yôga?
As principais técnicas do DeRose Method são:
- Mudrá: gesto reflexológico feito com as mãos;
- Pújá: retribuição ética de energia; trânsito energético;
- Mantra: vocalização de sons e ultrassons;
- Pránáyáma: expansão da bioenergia através de respiratórios;
- Kriyá: atividade de purificação das mucosas;
- Ásana: procedimento orgânico;
- Yôga Nindrá: técnica de descontração;
- Samyama: concentração, meditação e samádhi.
Como Começar a Praticar
Se você está interessado em começar a praticar Yôga, existem várias maneiras de começar. Uma opção é fazer aulas em uma academia ou estúdio local. Outra opção é encontrar vídeos online e praticar em casa. No entanto, é importante lembrar que a prática pode ser desafiadora e requer prática e orientação adequada. Por isso, é recomendável procurar um instrutor certificado para obter orientação adequada e evitar lesões.
Para começar a praticar, você precisará de roupas confortáveis e um tapete específico para a modalidade. Existem também outros acessórios que podem ser úteis, como blocos, cintos e almofadas de meditação.
Ao escolher um tipo de yoga para praticar, é importante considerar suas habilidades e nível de condicionamento físico. Se você é um iniciante, pode ser útil começar com aulas de Hatha ou Iyengar, que enfatizam a postura e o alinhamento adequado das poses.
Quem é o Professor DeRose?
DeRose é uma personalidade amplamente reconhecida por suas contribuições nas áreas de educação, cultura, humanitarismo e desenvolvimento pessoal. Ao longo de sua trajetória, acumulou uma série de títulos acadêmicos, honrarias e condecorações concedidas por instituições renomadas no Brasil e no exterior.
Além de ser autor de mais de 30 livros publicados internacionalmente, DeRose é membro ativo de diversas organizações e ocupa posições de destaque em ordens honoríficas. Sua dedicação e impacto em diferentes campos o tornaram uma figura de referência em várias esferas da sociedade.
Títulos Acadêmicos do Professor DeRose
- Professor e Doutor Honoris Causa:
- Faculdade de Ciências Sociais de Florianópolis.
- Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina.
Título de Notório Saber
- Universidade de Coimbra (Portugal).
- Faculdades Integradas Coração de Jesus (São Paulo, Brasil).
- FATEA – Faculdades Integradas Teresa d’Ávila (São Paulo, Brasil).
Condecorações e Títulos Honoris
- Cavaleiro, Oficial, Comendador e Cavaleiro da Grã-Cruz:
- Diversas instituições militares, governamentais, humanitárias, culturais e filantrópicas.
Cruz do Mérito da Cruz Vermelha
- Comendador pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo:
- Centro MMDC.
- Caetano de Campos.
- Comendador e Cavaleiro da Grã-Cruz pela Ordem do Mérito Farmacêutico do Exército Brasileiro.
- Comendador e Cavaleiro da Grã-Cruz pela Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém.
- Cavaleiro da Grã-Cruz pela Academia de História Militar Terrestre do Brasil.
- Grã-Cruz Heróis do Fogo pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
Filiações e Participações
- Membro das seguintes organizações:
- Rotary Club de São Paulo.
- SASDE (Sociedade Amigos da Defesa).
- GOSP (Grande Oriente de São Paulo).
- MDC (Movimento Constitucionalista).
- Pró-Monarquia.
- CONSEG (Conselho de Segurança de São Paulo).
- Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz da ONU.
- Posições Atuais
- Grão-Mestre da Ordem do Mérito das Índias Orientais:
- Portugal.
Publicações do Professor DeRose
- Autor de mais de 30 livros, publicados em diversos países das Américas e da Europa.
Outras Condecorações
- Condecorado por:
- Exército Brasileiro.
- OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
- Assembleia Legislativa de São Paulo.
- Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
- Governo do Estado.
- Defesa Civil.
- Polícia Militar.
- Polícia Técnico-Científica.
Conclusão
O Método DeRose apresenta-se como uma abordagem holística e multifacetada que integra técnicas milenares com um estilo de vida contemporâneo, visando o desenvolvimento humano em suas diversas dimensões:
- Física,
- Emocional,
- Mental,
- Espiritual.
Ao combinar práticas como respiratórios, técnicas orgânicas, concentração, meditação e uma filosofia de vida baseada em valores como ética, boa relação e qualidade de vida, o método propõe não apenas a melhoria do desempenho físico, mas também a expansão da consciência e a busca por uma existência mais plena e significativa.
A aplicação do Método DeRose tem demonstrado resultados positivos em diversos aspectos, desde a promoção da saúde e bem-estar até o aumento da produtividade e da clareza mental. Além disso, sua ênfase na cultura, no refinamento comportamental e na expansão da consciência o diferencia de outras práticas, posicionando-o como uma ferramenta valiosa para aqueles que buscam uma transformação profunda e duradoura.
No contexto atual, em que o estresse e a desconexão consigo mesmo e com o meio são desafios constantes, o Método DeRose surge como uma proposta relevante e adaptável, capaz de auxiliar indivíduos a alcançarem um equilíbrio entre alta performance e qualidade de vida. Portanto, sua disseminação e estudo contínuo podem ajudar a compreender, potencializar e melhorar o bem-estar da sociedade contemporânea.
Referências:
https://www.verywellfit.com/essential-yoga-poses-for-beginners-3566747
Referência em performance humana, Alexandre Bento soma três décadas como Educador Físico e Professor Faixa Preta em Kung Fu. Sua metodologia única é respaldada por mais de 10 títulos nacionais como mentor técnico.